Distância Transacional
A principal característica da educação a distância é a separação física e temporal entre aluno/a e professor/a. A forma como essa distância afeta a aprendizagem está ligada à menor ou menor distância transacional. Esta mede o envolvimento dos/as estudantes a distância, nos cursos que frequentavam. Este conceito surgiu na educação a distância através de Moore, em 1980.
Na educação a distância, a distância não se resume apenas ao espaço e ao tempo, mas também à distância psicológica:
- Relação entre alunos e professor;
- Relação entre alunos e conteúdos, e;
- Relação aluno/a e aluno/a.
A distância transaccional é constituída por três dimensões:
O diálogo, a estrutura e a autonomia.
Dialogo, refere-se à interação existente entre aluno/a e professor/a;
Estrutura, prende-se com a forma como a estrutura do curso ou disciplina são disponibilizados ou organizados, e
Autonomia do estudante, ou seja, a sua predisposição e motivação para o auto estudo e a forma como este a controla.
Em termos de diálogo, quanto mais pequena for a distância transacional, isto é, a interação entre o ambiente, os indivíduos e os seus comportamentos, maior será o envolvimento do/a estudante. O reverso ocorre quando são disponibilizados uma maior quantidade de recursos, isto é, estrutura. Neste caso, a distância transacional aumenta pois não há necessidade de interação alcançar a aprendizagem.
Depende do/a professor/a a gestão da distância transacional que quer atribuir a determinado curso ou disciplina. O/a professor/a pode:
- Ser mais ou menos presente;
- Conceber todos os conteúdos ou dar apenas tópicos de análise para que este construa sozinho o conhecimento;
- Disponibilizar ferramentas que possibilitem ao aluno estar em maior contacto e interagir com a comunidade de aprendizagem;
- Estimular a participação em discussões com os grupos;
- Disponibilizar apenas os recursos, tendo o/a aluno/a que gerir o auto-estudo.
Como refere Moore, o importante não é suprimir a distância transacional mas em utiliza-la eficientemente em relação aos/as alunos/as, aos conteúdos e ao meio utilizado.
O equilíbrio é a melhor receita para gerir a distância transacional. Tal como na educação a presencial, o/a professor/a está perante um grupo de estudantes, constituído por indivíduos com diferentes características psicológicas, motivações, necessidades educativas e capacidade de aprendizagem. A forma de diálogo, de estrutura e de autonomia do/a aluno/a deve ser tida em conta quando se constrói um plano para determinada disciplina ou curso. É, por isso, necessário contemplar as diferenças, nunca esquecendo que o/a aluno/a é o centro de todo o processo de ensino/aprendizagem.
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Recursos: Wallace, R. (2003) -Aprendizagem Online na Educação Superior: uma Revisão da Investigação sobre as Interações entre Professores e Estudantes.
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